Bom dia leitores do Blog das Torcidas.
Antes de reproduzir o excelente texto de Fernando Faro (@fernandofaro), gostaria de incluir aqui nas idéias que ele escreve a minha visão (que não é compartilhada com todos) que as palavras por ele escrita podem claramente ser voltadas também ao futebol nacional, ao clubismo.
A rivalidade é algo a ser louvado, mas hoje em dia ela quase inexiste, pois hoje temos é a inimizade, nossos antigos rivais se tornaram inimigos. Não se esqueçam que os rivais se respeitam e sabem parabenizar quando o outro conquista a vitória ou o melhor resultado.
Clubes e Seleções são grandes quando se tem grandes rivais, o tamanho de seu time ou seleção se mede pelos rivais que ele tem. Ou seja, eu sempre preguei que não se deve torcer contra ninguém e sim torcer a favor de seu time ou seleção, para que eles cheguem ao mais longe que conseguirem.
Torcer contra é ser negativista, é pregar pelo fracasso alheio para que nos sentimos melhor sobre os nossos fracassos, é se alimentar de energia e sentimentos negativos, e isso nunca foi bom para ninguém. Leiam e reflitam o excelente texto do colega Fernando Faro:
Contra o Anti-Argentinismo
Nunca vi um povo comemorar um gol como o argentino. No campo ou na arquibancada, as veias saltam e a cor geralmente desbotada da pele portenha rapidamente se avermelha como um belo Malbec.
Quando a derrota vem, o vulcão de sentimentos permanece o mesmo. O chão some, as mãos trêmulas buscam repouso nas cabeças e não raro as lágrimas escorrem em profusão estarrecedora.
Um gol argentino é como um tango de Gardel. Denso. Forte. Emotivo.
Como país e povo, os argentinos (ao menos comigo) sempre foram gentis e amigos. Isso sem contar a beleza das paisagens, a culinária saborosa...
A Argentina também sempre tratou a bola com raro carinho. De Di Stéfano a Maradona e Messi, vimos brotar naquelas terras gênios capazes de rivalizar com os brasileiros. Isso em um país muito menor e com 1/5 menos de 'pé de obra' disponível.
Fica difícil, portanto, entender o porquê da raiva de alguns brasileiros contra nossos vizinhos. O que se leu nas redes sociais após a derrota para o Uruguai não foi rivalidade, essa sim sempre saudável. Foi algo menor.
Resisto pensar que se trate de dor de cotovelo, mas é difícil pensar em outra coisa. Falar que argentino é convencido e arrogante é muito fácil, mas quantas dessas milhões de pessoas realmente conhecem um portenho pra falar tal coisa (e como se nós fôssemos um país de humildes cordeirinhos).
Talvez, lá no fundo, o brasileiro gostaria de ver seus jogadores comemorando gols menos com coraçõezinhos e imitações tontas de bonecos e mais com seus companheiros e a torcida.
Somos acostumados a cobrar títulos aos montes e ai do time que não corresponder. Será rotulado de perdedor - que o diga o Brasil de Dunga. Quando perdemos, o que vem é a indignação. Como o melhor futebol do mundo ousa perder para um "inferior"?
Enquanto isso, mais ao sul, os argentinos sofrem com uma seca de títulos. Querem apenas ter o prazer de gritar campeão. Quando eles perdem, o que vem é a dor.
Vai ver que dorme escondido um sentimento de que eles jogam para trazer alegria à gente sofrida deles. Os nossos parecem sempre jogar para tentar comprovar sua condição de "superior" e aumentar sua fama.
Torcer contra a Argentina (e contra Uruguai, Itália, França, Holanda, Alemanha, etc) é atentar contra o futebol, violentar a tradição. Não só me nego como adoto o caminho inverso, sempre quero ver os gigantes frente a frente.
Nenhum time é nada se não existirem seus temidos rivais. E a rivalidade genuína nada mais é do que uma mistura de temor e respeito mútuo. Um sentimento paradoxalmente nobre e honrado.
Uma pena que muitas pessoas - alimentadas muitas vezes pela própria mídia e seus animadores de auditório - deturpem esse respeito e o transformem em avacalhação.
Como brasileiro, admiro demais o futebol argentino e vejo como ele completa o nosso e vice-versa. Em minha modesta concepção, isso é muito mais patriota do que sair gritando que sou brasileiro com muito orgulho e muito amor.
Pena que devo ser minoria.
Quando a derrota vem, o vulcão de sentimentos permanece o mesmo. O chão some, as mãos trêmulas buscam repouso nas cabeças e não raro as lágrimas escorrem em profusão estarrecedora.
Um gol argentino é como um tango de Gardel. Denso. Forte. Emotivo.
Como país e povo, os argentinos (ao menos comigo) sempre foram gentis e amigos. Isso sem contar a beleza das paisagens, a culinária saborosa...
A Argentina também sempre tratou a bola com raro carinho. De Di Stéfano a Maradona e Messi, vimos brotar naquelas terras gênios capazes de rivalizar com os brasileiros. Isso em um país muito menor e com 1/5 menos de 'pé de obra' disponível.
Fica difícil, portanto, entender o porquê da raiva de alguns brasileiros contra nossos vizinhos. O que se leu nas redes sociais após a derrota para o Uruguai não foi rivalidade, essa sim sempre saudável. Foi algo menor.
Resisto pensar que se trate de dor de cotovelo, mas é difícil pensar em outra coisa. Falar que argentino é convencido e arrogante é muito fácil, mas quantas dessas milhões de pessoas realmente conhecem um portenho pra falar tal coisa (e como se nós fôssemos um país de humildes cordeirinhos).
Talvez, lá no fundo, o brasileiro gostaria de ver seus jogadores comemorando gols menos com coraçõezinhos e imitações tontas de bonecos e mais com seus companheiros e a torcida.
Somos acostumados a cobrar títulos aos montes e ai do time que não corresponder. Será rotulado de perdedor - que o diga o Brasil de Dunga. Quando perdemos, o que vem é a indignação. Como o melhor futebol do mundo ousa perder para um "inferior"?
Enquanto isso, mais ao sul, os argentinos sofrem com uma seca de títulos. Querem apenas ter o prazer de gritar campeão. Quando eles perdem, o que vem é a dor.
Vai ver que dorme escondido um sentimento de que eles jogam para trazer alegria à gente sofrida deles. Os nossos parecem sempre jogar para tentar comprovar sua condição de "superior" e aumentar sua fama.
Torcer contra a Argentina (e contra Uruguai, Itália, França, Holanda, Alemanha, etc) é atentar contra o futebol, violentar a tradição. Não só me nego como adoto o caminho inverso, sempre quero ver os gigantes frente a frente.
Nenhum time é nada se não existirem seus temidos rivais. E a rivalidade genuína nada mais é do que uma mistura de temor e respeito mútuo. Um sentimento paradoxalmente nobre e honrado.
Uma pena que muitas pessoas - alimentadas muitas vezes pela própria mídia e seus animadores de auditório - deturpem esse respeito e o transformem em avacalhação.
Como brasileiro, admiro demais o futebol argentino e vejo como ele completa o nosso e vice-versa. Em minha modesta concepção, isso é muito mais patriota do que sair gritando que sou brasileiro com muito orgulho e muito amor.
Pena que devo ser minoria.
Fernando Faro (@fernandofaro)
Blog dos Esportes - http://blogdosesportes.blogspot.com/
2 comentários:
Quem paga goleiro pra ganhar copa do mundo, quem sabe que não vai alcaçar a bola com a cabeça e a desvia com a mão e ainda se vagloria com isso, quem coloca remédio na água dos "rivais" não merece ser considerado um rival. Pois como vc mesmo deixou a enteder até pra ser um rival tem que preencher pré-requisitos, tem que ter dignidade. Coisas que futebol argentino desconhece.
Meu caro Dudu_Fla, nosso rubronegrismo nos coloca como aliados. E como um nobre aliado, concordo com suas palavras. A falta de dignidade é explicita nestes eventos.Mas devo reconhecer que o autor do texto, que é ótimo, expõe principalmente o sentimento dos torcedores perante a atuação das suas seleções.
O torcedor argentino tem (ao meu ver) como sentimento, a representação de sua pátria pendurada nas chuteiras.Enquanto isso, o brasileiro torce (eu não) por um time de futebol que veste a "camiseta" de seu país.E por não manter este sentimento de luta em defesa de sua pátria, até pq quem deveria defende-la está pensando em contratos milhonários, se contenta com fracassos alheios.
E pra finalizar, lhe digo que desconheço um sujeito com menos dignidade e pre-requisitos do que o Sr.Ricardo Teixeira. Vide nosso título de 87 e tantos escandalos e arranjos que a Globo não mostra.
Daí entendemos esta subliminar comemoração de gol,que(novamente"ao meu ver")se refere a todos nós como bobos.No meu tempo,não faz muitos anos, este boneco se chamava João Bobo.
SRN
@espadete
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