13 de mai. de 2014

O clássico das diferenças

Bem, é indiscutível que no clássico carioca do último domingo o Fluminense foi bem superior ao Flamengo. A margem que podemos discutir é o porquê dessa superioridade.





Começando pela organização tática do Flu. O esquema montado por Cristóvão Borges no time lembra um pouco a armação de um time de futsal: quando perdem a bola, até o jogador mais adiantado volta para marcar. Em contrapartida, o time do Fla não teve velocidade o suficiente para armar uma jogada antes de o tricolor reorganizar a defesa e compactar a marcação.

Fred comemorando o primeiro gol da partida (Foto: Ricardo Ayres/Photocamera)

Acontece também que o meio de campo do Flamengo não é eficiente. O time não tem velocidade, e nem armação de jogada. Enquanto o tricolor tem Conca e Wagner pelo meio, o rubro negro tenta contar com Mugni (que ainda não mostrou o futebol que esperavam) e Luiz Antonio. Por alguns momentos do jogo, especialmente no fim do segundo tempo, o Flamengo pressionou mais. Mas mesmo assim, o Fluminense ainda era mais organizado. 





Ao sentir essa pressão, inteligentemente, o Cristóvão fez duas substituições no time, Walter e Chiquinho no lugar de Fred e Wagner. Walter tem uma visão espetacular de jogo, e sabe armar contra ataque (fazia isso muito bem no Goiás). E junto à velocidade do Chiquinho, ficou clara que a intensão do time era esperar o erro do Flamengo. Não deu outra: segundo gol do Flu em contra ataque, iniciado por Walter, puxado por Conca, e finalizado por Chiquinho, que correu o campo todo num pique só.





O técnico Jayme de Almeida tentou dar um pouco de velocidade ao time com a entrada do Negueba. Mas pouco funciona um jogador de velocidade se não tem certo entrosamento na equipe. A bola não chega rapidamente da defesa ao ataque, não tem armação eficiente. E contra um time com uma marcação tão compacta e uma saída de bola tão bem treinada, o resultado foi bem desenhado: 2x0 Flu, resultado que além de piorar a situação do Fla na tabela, acarretou na demissão de Jayme. Vamos ver se Ney Franco acha um esquema de jogo para o time. Enquanto Cristóvão, esse já me parece estar num bom caminho.






Texto: Nathália Restier Revisado por: Juan Oliveira

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